O objetivo do prêmio é destacar soluções das escolas no apoio às comunidades.
FONTE: http://http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=630458
ENSINO MÉDIO
Fonte: SEDUC - ASSECOM
Ensino Médio
EJA - Educação de Jovens e Adultos
Menção Honrosa
FONTE:www.fsiec.org.br
As educadoras Aureni (CREDE 8ª), Glícia Lima, Regina Castro, Irecê Fernandes, Cleône Moura e a mestre de cultura Célia Torres (da dir. p/esq.).
O projeto surgiu da iniciativa dos professores das Áreas de Linguagens e Códigos e Ciências Humanas com o objetivo de dar visibilidade ao Patrimônio Imaterial do nosso município, já que esse patrimônio encontra - se adormecido em detrimento às culturas de massa.
Como enfatiza a profa. Glícia Lima, uma das Coordenadoras do projeto em sua fala de apresentação: “são lindos os prédios como o Palácio entre Rios - Prefeitura, o Casarão dos Ramos - Fórum, mas é lindo o patrimônio imaterial, essa força que surge do povo e que está no olhar, na expressão, no canto, na dança, muitas vezes sem nenhuma condição material ".
E é um direito de todos conhecerem e compreender a cultura como construção social já que ela é tudo o que se reza, tudo o que se come e antes que ela seja destruída provocando a perda da nossa identidade.Esse é um dos objetivos do CEJA Donaninha Arruda : inserir no seu currículo temas que contribuam para a reconstrução da nossa identidade, reforçando os laços simbólicos da nossa cultura. Afinal, quem somos nós sem a nossa identidade cultural? Um povo sem voz e, portanto, sem a sua expressividade, sem a sua arte, alimento da alma.
Em rodas de diálogo entre os mestres da cultura, professores, alunos, pais de alunos e comunidade, percebemos claramente o vigor do folguedo do reisado e de como apesar de estar adormecido está fortemente presente nas reminiscências dessas pessoas.
“Todos possuem dentro de si um bumba meu boi que dança para alegrar a vida”. Dessa constatação surgiu a necessidade de pesquisar nas aulas de campo, na conversa com as pessoas mais velhas da comunidade, momento em que fizemos um levantamento antropológico do folguedo. Tudo isso, junto ao entusiasmo das pessoas jovens e adultas que começaram a se interessar e a querer vivenciá - lo. Um verdadeiro exemplo da conexão entre passado e presente. Esse foi então um momento mágico do projeto: começaram a surgir as oficinas em que vários materiais doados eram reciclados para a construção dos personagens como o boi, a ema, a nega, a burrinha e outros.
Podemos então perceber a dimensão que o projeto alcançou, da sua criação as noções de sustentabilidade do planeta como a reutilização de materiais de sucata transformados em expressões artísticas, desenvolvendo a capacidade estética dos nossos educandos. Os ensaios eram realizados à noite, envolvendo a todos como o núcleo gestor da escola, professores, alunos, pais, mestres da cultura, em uma sede emprestada já que não havia espaço na própria escola. Nesse momento estava acontecendo a troca de saberes entre o científico e o popular.
No dia 31 de agosto de 2006, reunimos na Praça do Salgado, em frente à escola um público de aproximadamente mil pessoas de todas as idades, crianças, jovens e adultos e todas as condições sociais para a primeira edição do folguedo. E foi incrivel perceber o brilho nos olhos das pessoas que ali estavam, expectadores emocionados com a apresentação. O projeto continua aceso e em 2008/2009 obteve o primeiro lugar na categoria EJA - Educação de Jovens e Adultos - Prêmio Construindo a Nação / Instituto Cidadania Brasil/ SESI Ceará. A outorga do Prêmio acontecerá no dia 14 de abril, às 15h na Casa da Indústria, em Fortaleza.
O que nos deixa realizados é sabermos que através de um trabalho que é construído coletivamente entre os Protagonistas que são os Professores; Grupo de teatro da escola: Espetáculos da Vida e Mestres da cultura, juntamente as nossas parcerias que são imprescindíveis, conseguimos mostrar a boniteza de ser gente nordestina e brasileira.
I
Vou participar do boi
Na cultura popular
Junto com outras pessoas
Alegremente a brincar
II
Não tenho nada de prática
Mas presto bem atenção
Porque o bumba - meu – boi
Traz boa recordação
III
Eu sou neto de vaqueiro
Que muito boi derrubou
Nas quebrada do sertão
Quebrou mato e aboiou
IV
Eu estou muito feliz
Em poder participar
Resgatando as belezas
Da cultura popular
V
E peço aos que me escutam
Da cidade ao sertão
Pra nunca deixar morrer
Esta nossa tradição
VI
Repassando aos mais jovens
Pra sempre continuar
E nunca deixar morrer
A cultura popular.
Baturité,30.08.2006.